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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ouro Preto, Mariana, Lavras Novas e BH - Minas Gerais

Minas é um encanto... Desde seus vales até no jeitinho minero de ser, na comida, no clima de montanhas... Eu adoro minas, já conhecia o sul de Minas e agora tive a oportunidade de conhecer o circuito histórico.
  
Na viagem que vou descrever, contarei um pouquinho das curiosidades de BH, Mariana, Ouro Preto e Lavras Novas.. Saindo de Porto Alegre em dezembro de 2010, voei com a Trip pela primeira vez e, já fica a dica, muito bom o avião e o atendimento de bordo, sem falar que são aviões brasileiros. Do aeroporto de BH peguei um ônibus até o centro da cidade, parei na rodoviária, gostei muito, pois tem ônibus direto e ainda no caminho ele dá uma passadinha pela Pampulha. Na rodoviária, através da central ao turista, peguei um mapinha e pernas pra que te quero, me fui até o Mercado Central, (desde 1929).

Acho indispensável conhecer os mercados públicos quando chego em alguma cidade que não conheço, quase sempre a cultura e os costumes típicos regionais podem ser conhecidos nesses lugares... Bem e não poderia ser diferente em Minas, o que mais vi no Mercado foi; muito queijo. Também muitas pimentas, animais, cachaças e o prato típico: bife de fígado, mas no me piacce..ehhe, então não provei.



Depois de me refrescar com abacaxis fatiados que são vendidos dentro do mercado (estava muuuuiiiiito quente), me encaminhei para conhecer o Barro Preto, também conhecido como o Pólo da Moda mineiro. Fica muito pertinho do Mercado Central, dá pra fazer tudo a pé. Bem depois de andar bastante pelas ruas e lojas do Barro Preto, descansar, andar mais um pouco e claro fazer comprinhas, voltei à rodoviária e peguei um bus para Mariana, que tem vários horários. O caminho de BH até Mariana é muito bonito, a não ser pelos grandes estragos da mineração, onde é possível ver enormes minas.

Mariana é uma cidadezinha encantadora também, ah e cheia de história, pois foi a primeira cidade e capital mineira (1745). Ficamos em uma pousada muito boa, Pousada da Chácara, com um clima bem familiar, área externa e até animais pra se distrair... Não é no centro da cidade, mas vale a pena ficar lá já que é tudo perto e diária acessível.

No centro da cidade vale a pena almoçar ou jantar no restaurante Rancho, a casa tem quase 300 anos, a gente se sente entrando em uma casa de novela de época.



Em 1945 a cidade foi tombada como Monumento Nacional. Na Praça Minas Gerais existem duas igrejas Carmo e São Francisco, juntamente com a Casa de Câmara e Cadeia, onde tudo é muito bonito e interessante.


Conheci uma das igrejas, o que mais me chamou a atenção é que o seu subsolo tem aproximadamente 280 pessoas enterradas, dá pra ver a numeração das covas no piso da igreja. Lá dentro também estão algumas obras de Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa).

Obras de Aleijadinho sobre o altar.






Existem muitas igrejas, mas conhecendo umas duas já é o suficiente, pois são parecidas, e tanta história que não se consegue absorver tudo.
 Bem depois passamos por Ouro Preto e como essa cidade é muito conhecida, cabe citar apenas algumas impressões.. A igreja Matriz Nossa Senhora do Pillar é impressionante quando observada a perfeição das obras e a quantidade de ouro nas paredes, ela é a segunda igreja em ouro do Brasil. Mas ao mesmo tempo nos desperta um sentimento de repúdio, pois todo aquele ouro é proveniente de trabalho escravo e conhecendo um pouco melhor as condições das minas esse sentimento só se intensifica.



Outro lugar que recomendo muito é o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas. A seção de Mineralogia é considerada uma das maiores coleções do mundo, e de fato é impressionante a quantidade e diversidade de minerais, foi um dos lugares que mais gostamos de conhecer na nossa viagem histórica, sem desmerecer as outras opções. Esse museu fica bem na Praça Tiradentes, vale a pena ir lá, recomendo destinar uma tarde para conhecer o museu.


Ouro Preto tem muitas coisas para conhecer e muita história, ah a feirinha de pedra sabão onde se podem comprar lembranças, as casas que vendem pão de queijo (uhhh), ah e também recomendo provar o pé-de-moça que pode ser comprado em mercadinhos.
Tem lugares muito bons para almoçar e jantar e em geral uma refeição à vontade, com direito a muita comida mineira sai por algo em torno de 15 reais por pessoa.

Muita ladeira, é bom ir para Ouro Preto de tênis ou com um calçado confortável, também é muito quente. A cidade e o casaril estão assentados sobre morros, desníveis muito consideráveis, não dá pra pensar em Código Florestal ou Plano Diretor, pois então a cidade não poderia existir, sem falar na quantidade de minas subterrâneas existentes embaixo da cidade. E falando em minas, conhecemos a mina do Chico Rei, uma das primeiras minas de ouro da cidade, toda escavada à mão. O Chico Rei foi um africano escravo que veio ao Brasil como prisioneiro, sua mulher e filhos foram lançados ao mar, restando apenas o príncipe Muzinga, um dos filhos. Foi um lutador pela liberdade e tornou-se um líder. A mina pode ser visitada, e quando estávamos lá dentro é que o sentimento de revolta e repulsa se torna maior quando pensamos na vida que os escravos tiveram.

Bem disse que não falaria muito de Ouro Preto, mas perto do que vi não escrevi quase nada mesmo. E por último Lavras Novas, essa foi uma das nossas maiores surpresas. Essa cidadezinha fica a uns 30 km de Mariana, no alto de uma região montanhosa, desde o seu acesso já é interessante. Chegando lá descobrimos uma vila que parece ter parado no tempo, casas pequenas, bois atravessando a praça, pessoas conversando na rua e uma paisagem incrível de alto de montanha. Essa cidade é atrativo por ter muitas opções de turismo ecológico, trilhas que se encaminham até cachoeiras, não foi possível conhecer essas trilhas, mas só passar pela cidade já valeu. As pessoas são bastante receptivas, sem dúvida dá vontade de se hospedar e conhecer um pouco mais.


Conhecer ao vivo toda a história de um período de nosso país e visualizar as obras do barroco é indescritível, um mergulho à nossa história que vale a pena fazer.

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