Minas é um encanto... Desde seus vales até no jeitinho minero de ser, na comida, no clima de montanhas... Eu adoro minas, já conhecia o sul de Minas e agora tive a oportunidade de conhecer o circuito histórico.
Na viagem que vou descrever, contarei um pouquinho das curiosidades de BH, Mariana, Ouro Preto e Lavras Novas.. Saindo de Porto Alegre em dezembro de 2010, voei com a Trip pela primeira vez e, já fica a dica, muito bom o avião e o atendimento de bordo, sem falar que são aviões brasileiros. Do aeroporto de BH peguei um ônibus até o centro da cidade, parei na rodoviária, gostei muito, pois tem ônibus direto e ainda no caminho ele dá uma passadinha pela Pampulha. Na rodoviária, através da central ao turista, peguei um mapinha e pernas pra que te quero, me fui até o Mercado Central, (desde 1929).
Acho indispensável conhecer os mercados públicos quando chego em alguma cidade que não conheço, quase sempre a cultura e os costumes típicos regionais podem ser conhecidos nesses lugares... Bem e não poderia ser diferente em Minas, o que mais vi no Mercado foi; muito queijo. Também muitas pimentas, animais, cachaças e o prato típico: bife de fígado, mas no me piacce..ehhe, então não provei.
Depois de me refrescar com abacaxis fatiados que são vendidos dentro do mercado (estava muuuuiiiiito quente), me encaminhei para conhecer o Barro Preto, também conhecido como o Pólo da Moda mineiro. Fica muito pertinho do Mercado Central, dá pra fazer tudo a pé. Bem depois de andar bastante pelas ruas e lojas do Barro Preto, descansar, andar mais um pouco e claro fazer comprinhas, voltei à rodoviária e peguei um bus para Mariana, que tem vários horários. O caminho de BH até Mariana é muito bonito, a não ser pelos grandes estragos da mineração, onde é possível ver enormes minas.
Mariana é uma cidadezinha encantadora também, ah e cheia de história, pois foi a primeira cidade e capital mineira (1745). Ficamos em uma pousada muito boa, Pousada da Chácara, com um clima bem familiar, área externa e até animais pra se distrair... Não é no centro da cidade, mas vale a pena ficar lá já que é tudo perto e diária acessível.
Em 1945 a cidade foi tombada como Monumento Nacional. Na Praça Minas Gerais existem duas igrejas Carmo e São Francisco, juntamente com a Casa de Câmara e Cadeia, onde tudo é muito bonito e interessante.
Conheci uma das igrejas, o que mais me chamou a atenção é que o seu subsolo tem aproximadamente 280 pessoas enterradas, dá pra ver a numeração das covas no piso da igreja. Lá dentro também estão algumas obras de Aleijadinho (Antonio Francisco Lisboa).
Obras de Aleijadinho sobre o altar. |
Existem muitas igrejas, mas conhecendo umas duas já é o suficiente, pois são parecidas, e tanta história que não se consegue absorver tudo.
Bem depois passamos por Ouro Preto e como essa cidade é muito conhecida, cabe citar apenas algumas impressões.. A igreja Matriz Nossa Senhora do Pillar é impressionante quando observada a perfeição das obras e a quantidade de ouro nas paredes, ela é a segunda igreja em ouro do Brasil. Mas ao mesmo tempo nos desperta um sentimento de repúdio, pois todo aquele ouro é proveniente de trabalho escravo e conhecendo um pouco melhor as condições das minas esse sentimento só se intensifica.
Outro lugar que recomendo muito é o Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas. A seção de Mineralogia é considerada uma das maiores coleções do mundo, e de fato é impressionante a quantidade e diversidade de minerais, foi um dos lugares que mais gostamos de conhecer na nossa viagem histórica, sem desmerecer as outras opções. Esse museu fica bem na Praça Tiradentes, vale a pena ir lá, recomendo destinar uma tarde para conhecer o museu.
Ouro Preto tem muitas coisas para conhecer e muita história, ah a feirinha de pedra sabão onde se podem comprar lembranças, as casas que vendem pão de queijo (uhhh), ah e também recomendo provar o pé-de-moça que pode ser comprado em mercadinhos.
Tem lugares muito bons para almoçar e jantar e em geral uma refeição à vontade, com direito a muita comida mineira sai por algo em torno de 15 reais por pessoa.
Muita ladeira, é bom ir para Ouro Preto de tênis ou com um calçado confortável, também é muito quente. A cidade e o casaril estão assentados sobre morros, desníveis muito consideráveis, não dá pra pensar em Código Florestal ou Plano Diretor, pois então a cidade não poderia existir, sem falar na quantidade de minas subterrâneas existentes embaixo da cidade. E falando em minas, conhecemos a mina do Chico Rei, uma das primeiras minas de ouro da cidade, toda escavada à mão. O Chico Rei foi um africano escravo que veio ao Brasil como prisioneiro, sua mulher e filhos foram lançados ao mar, restando apenas o príncipe Muzinga, um dos filhos. Foi um lutador pela liberdade e tornou-se um líder. A mina pode ser visitada, e quando estávamos lá dentro é que o sentimento de revolta e repulsa se torna maior quando pensamos na vida que os escravos tiveram.
Conhecer ao vivo toda a história de um período de nosso país e visualizar as obras do barroco é indescritível, um mergulho à nossa história que vale a pena fazer.
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